quarta-feira, 16 de abril de 2014

Eu, eu mesma e o cigarro!

*
Desde que decidi emagrecer muita coisa aconteceu na minha vida: descobri arritmia cardíaca, deixei o cigarro de lado por um tempo (hj faz 6 meses, 2 dias e 22 horas que não fumo), iniciei um tratamento adequado contra a minha asma, me apaixonei por atividade física, fiquei obcecada com um estilo de vida saudável, adotei a bicicleta como meio de transporte para o trabalho... enfim... minha vida mudou pra melhor, do ponto de vista biológico e estético, contudo, emocionalmente, não sei dizer como me sinto - não, péra - verdade é que, emocionalmente eu oscilo muito.

Continuo sentindo vontade de fumar... tenho vontade de fumar todos os dias da minha vida, geralmente ao acordar pela manhã... também tenho muita vontade de fumar quando vejo alguém acendendo um cigarro... e às vezes tenho vontade de fumar quando sinto um aperto no peito, sem razão de ser (talvez seja a própria vontade de fumar)!

Desde que deixei o cigarro de lado com o objetivo de tentar ser corredora amadora, nunca me imaginei livre completamente dele... eu carrego comigo o pensamento de que, um dia, vou fumar de novo... e por mais que eu brigue com esse pensamento,  ele existe e é consciente... fico sempre pensando que um dia, quando eu estiver bem velhinha, vou sentar numa cadeira de balanço na varanda, acender um cigarro e morrer tranquila (e feliz) em seguida!

Mas por que esse post?
Pra confessar isso pra mim mesma, talvez, e pra mostrar que dependência química é uma doença muito grave mesmo... talvez seja o pior de todos os transtornos mentais graves (mentira, acho que esquizo é pior... ou não? será? fico na dúvida!)

Conheço algumas pessoas que deixaram de fumar e tomaram raiva do cigarro... passaram a vê-lo como um inimigo e o desafiaram sobre quem manda na parada! Eu definitivamente não consigo encarar dessa forma... Sei que o cigarro me fez muito mal, que ainda posso sofrer as consequências de 13 anos fumando, contudo, não vejo o cigarro como meu inimigo... ele me dava prazer, aliviava minha ansiedade (mesmo que por pouco tempo até eu acender o próximo), me preenchia um vazio estranho de horas de aperto no peito sem razão e hoje eu percebo que se quero continuar longe do cigarro eu preciso realmente correr dele... saio correndo de festas por ter medo de não conseguir segurar a onda... me afastei de alguns amigos/colegas fumantes... evito mesas de boteco ou festas onde fumantes estejam sentados... enfim... ganhei em saúde física, mas 
não consigo deixar de pensar que perdi algumas coisas!

Não sou a mulher maravilha, não sou exemplo de força de vontade e determinação, não sou perfeita, não sou invencível e se não acendi um cigarro até hoje, desde o dia 13 de outubro de 2013, é porque... é porque... enfim... não sei explicar porque!
Muitas vezes me sinto fraca diante da vida e hoje é um dia em que estou me sentindo assim!

Queria contar isso! (Talvez seja um escape pra não acender um cigarro!)

2 comentários:

  1. tão sincero <3 minha mãe ja tentou largar varias vezes e nao conseguiu. ja vejo uma vitoriosa por ja ter largado, e, ainda que exista uma certa vontade, vejo vc sempre dizendo "hoje não"!. é motivador. minha mae deveria ler isso :)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. é, Soraya, talvez o "hoje não!" seja a força pra explicar o fato de eu estar abstinente há tanto tempo!
      torço pra tua mãe conseguir deixar o cigarro de lado... mesmo que só por um dia e depois outro, e depois outro! :) !
      obrigada pela força!

      Excluir

Obrigada por deixar seu comentário!