sexta-feira, 18 de abril de 2014

1 ano sem Mitia Assef

*
Quando a Mitia teve câncer pela 4ª vez eu não fiquei preocupada... ela já tinha vencido a doença 3 vezes... eu tinha certeza de que a venceria de novo...
Mas não foi bem assim... Bem verdade é que ela venceu a doença de novo, porque em nenhum momento se deixou abater pelas dores, pelo mal estar e demais consequências do câncer, mas ela partiu... foi embora no dia 18 de abril de 2013!

No início do ano a Keka teve a brilhante ideia de homenagearmos nossa querida amiga com "feijões mágicos"... e assim fizemos: gravamos o seu nome no broto e plantamos o feijãozinho de modo que no dia 18 de abril pudéssemos publicar a foto do crescimento da plantinha... é uma vida em desenvolvimento, como acreditamos que a Mitia esteja, seja lá onde for... se desenvolvendo numa nova vida...
Além do feijão eu fiz um upgrade na tatuagem de matrioshka! Cobri as asinhas que fiz no dia em que ela se foi com um lírio azul...

Não sei se lembram, mas quando a Mitia ainda era viva fizemos um movimento de força pra ela, com os bordões "Força Mitia" e "Não Desisto"  e o símbolo do movimento era uma matrioshka desenhada pela amiga Juliane... cada amiga da Mi fez algo usando a boneca para motivá-la, para lhe dar força: camiseta, biscoito, cartaz, doces, etc... eu fiz a tatuagem no braço:

Tatuagem da matrioshka feita em  01 de março de 2013

Quando a Mi partiu, fiz as asinhas na boneca, mas desde então, nunca achei que representasse bem o que a Mitia era... sua sapequice e coisa e tal... é como se as asinhas tivessem descaracterizado a bonequinha... decidi que queria cobrir e desde o final do ano passado venho discutindo com o tatuador o que poderíamos fazer...


foi então que resolvi que todo ano vou fazer uma flor perto da matrioshka pra homenagear a passagem da minha amiga... esse ano fiz o lirio azul!

Flores é o que a Mi merece nesse seu primeiro ano de passagem! E eu sei que apesar dessa dorzinha que teima em saculejar aqui dentro, onde quer que a Sapeca esteja, ela está em festa e isso de algum modo me consola!

Até 18 de abril do ano que vem vou deixar meu cabelo crescer pra nessa data, doar o meu rabinho de cabelo pra uma instituição que apoia o tratamento de pessoas com câncer e também farei outra florzinha perto da matrioshka...

Pra Mitia, o feijãozinho crescendo com seu nome no broto, e um lindo lírio azul, pra colorir o aniversário da sua passagem!

A tatuagem vai precisar de outra demão pra cobrir as asinhas... não deu pra forçar muito hoje por causa da sensibilidade da pele... mas mesmo não estando pronta ainda, já achei lindinha!!!!



P.S. não coloquei foto da Mitia no post porque não tenho contato com a família e portanto, não pude pedir autorização!

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Eu, eu mesma e o cigarro!

*
Desde que decidi emagrecer muita coisa aconteceu na minha vida: descobri arritmia cardíaca, deixei o cigarro de lado por um tempo (hj faz 6 meses, 2 dias e 22 horas que não fumo), iniciei um tratamento adequado contra a minha asma, me apaixonei por atividade física, fiquei obcecada com um estilo de vida saudável, adotei a bicicleta como meio de transporte para o trabalho... enfim... minha vida mudou pra melhor, do ponto de vista biológico e estético, contudo, emocionalmente, não sei dizer como me sinto - não, péra - verdade é que, emocionalmente eu oscilo muito.

Continuo sentindo vontade de fumar... tenho vontade de fumar todos os dias da minha vida, geralmente ao acordar pela manhã... também tenho muita vontade de fumar quando vejo alguém acendendo um cigarro... e às vezes tenho vontade de fumar quando sinto um aperto no peito, sem razão de ser (talvez seja a própria vontade de fumar)!

Desde que deixei o cigarro de lado com o objetivo de tentar ser corredora amadora, nunca me imaginei livre completamente dele... eu carrego comigo o pensamento de que, um dia, vou fumar de novo... e por mais que eu brigue com esse pensamento,  ele existe e é consciente... fico sempre pensando que um dia, quando eu estiver bem velhinha, vou sentar numa cadeira de balanço na varanda, acender um cigarro e morrer tranquila (e feliz) em seguida!

Mas por que esse post?
Pra confessar isso pra mim mesma, talvez, e pra mostrar que dependência química é uma doença muito grave mesmo... talvez seja o pior de todos os transtornos mentais graves (mentira, acho que esquizo é pior... ou não? será? fico na dúvida!)

Conheço algumas pessoas que deixaram de fumar e tomaram raiva do cigarro... passaram a vê-lo como um inimigo e o desafiaram sobre quem manda na parada! Eu definitivamente não consigo encarar dessa forma... Sei que o cigarro me fez muito mal, que ainda posso sofrer as consequências de 13 anos fumando, contudo, não vejo o cigarro como meu inimigo... ele me dava prazer, aliviava minha ansiedade (mesmo que por pouco tempo até eu acender o próximo), me preenchia um vazio estranho de horas de aperto no peito sem razão e hoje eu percebo que se quero continuar longe do cigarro eu preciso realmente correr dele... saio correndo de festas por ter medo de não conseguir segurar a onda... me afastei de alguns amigos/colegas fumantes... evito mesas de boteco ou festas onde fumantes estejam sentados... enfim... ganhei em saúde física, mas 
não consigo deixar de pensar que perdi algumas coisas!

Não sou a mulher maravilha, não sou exemplo de força de vontade e determinação, não sou perfeita, não sou invencível e se não acendi um cigarro até hoje, desde o dia 13 de outubro de 2013, é porque... é porque... enfim... não sei explicar porque!
Muitas vezes me sinto fraca diante da vida e hoje é um dia em que estou me sentindo assim!

Queria contar isso! (Talvez seja um escape pra não acender um cigarro!)